quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fracasso Escolar: Um Olhar Sobre a Relação Professor – Aluno



Verifica-se em diferentes partes do mundo uma preocupação com o fracasso escolar, sendo a maior barreira encontrada por pais e especialistas na área da educação. Fato este que nas últimas décadas tomou proporções que fogem de um controle aceitável de tal fenômeno, onde dados divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) apontam para um quadro alarmante no Brasil. Sabe-se que o fracasso escolar nunca deixou de existir na realidade das escolas. São vários os fatores que podem influenciar os o fracasso escolar, passando pelas repetências até o próprio abandono da escola. Os aspectos afetivos têm ocupado lugar de destaque nos últimos anos, onde a análise é centrada nos problemas relacionados à sua organização afetiva,contribuindo para os altos índices de desajustamento e desadaptação, refletindo desta maneira em sua vida escolar. Tratando-se dos fatores cognitivos, primeiramente imaginamos o fato dos alunos terem ou não um nível de inteligência satisfatório ou dentro dos padrões considerados normais, sendo que o próprio conceito de inteligência e a forma de se medi-la são os principais problemas enfrentados para a compreensão do fenômeno aprendizagem. Segundo Erikson, é atribuída a primeira fase do processo de escolarização os conflitos básicos de esforço versus inferioridade, tornando-se a escola e os amigos neste momento o centro das relações e as mais importantes na vida da criança. Pesquisas nos têm mostrado que a interação maior e melhor junto aos alunos com bom desempenho acaba por reforçar as dificuldades das outras crianças, as excluindo das participações ativas em sala de aula ou quando a permite acaba por ressaltar suas dificuldades retirando desta a capacidade de reverter este quadro e a excluindo do ensino-aprendizagem. Optou-se tratar-se dos aspectos sociais juntamente com os afetivos uma vez que acreditamos que eles se complementam. Primeiramente foram enfatizados os estudos das características individuais dos professores ou em relação aos seus traços de personalidade. Em um segundo momento estudou-se a eficácia docente em razão da utilização por parte do professor de métodos de ensinos mais efetivos. Ambos os momentos baseiam-se sobre a preocupação de se verificar a eficácia docente a partir de suas características pessoais ou à forma de conduzir o processo de ensino. Conforme Sisto e Martinelli, embora o autoconceito que temos de nós mesmos não é exatamente o que os outros vêem em nós, não seria possível saber quem somos sem a avaliação que nos fornecem de nós mesmos. No estudo das relações ocorridas no âmbito escolar também a literatura tem assinalado para o fato de que o êxito e/ou o fracasso escolar influenciam de maneira significativa a esfera afetiva e social. Sabe-se, porém que quando esperamos um retorno negativo de uma situação, investimos menos energia em sua realização e conseqüentemente quando percebemos a falta de valor aos nossos esforços acabamos por nos sentir desmotivados diante àquela situação, podendo produzir um resultado desfavorável. Logo, é importante ao professor o autoconhecimento assim como o conhecimento da importância e as conseqüências de seu comportamento no de seus alunos, capacitando-os, dessa forma, para alterar a dinâmica das relações estabelecidas em sala de aula.
SISTO,Fernandes Fermino e MARTINELLI, Selma de Cássia(orgs). Afetividade e Dificuldades de Aprendizagem: Uma Abordagem Psicopedagógica. São Paulo: Vetor,2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário